Sucessão

Conflitos em empresas familiares: encarar para evoluir 

Empresas familiares são, por natureza, ambientes complexos. Nelas, o vínculo profissional se mistura com o afetivo, e é exatamente essa sobreposição de papéis que torna os conflitos ainda mais difíceis de lidar. Quando o embate não envolve apenas colegas de trabalho, mas também tios, pais, irmãos ou primos, o desafio se intensifica. Afinal, além da divergência em si, existe o peso emocional que a relação familiar carrega.  O conflito em si não é o problema — evitá-lo ou ignorá-lo, sim. Silenciar diante de um desentendimento só dá espaço para fantasias, interpretações distorcidas e ressentimentos desnecessários. É nesse silêncio que o problema ganha força e profundidade. Por isso, a melhor forma de lidar com conflitos é, invariavelmente, buscando a conversa franca e respeitosa.  Em contextos familiares, a coragem de enfrentar a situação desconfortável é ainda mais valiosa. Fingir que nada aconteceu, colocar o problema debaixo do tapete ou simplesmente seguir com o “climão” no ar só enfraquece os laços — tanto familiares quanto profissionais. O exemplo é simples e frequente: uma discussão com um tio dentro da empresa, que gera um mal-estar evidente. O que fazer? Evitar? Se afastar? Fingir? Nada disso funciona. O certo é ir até ele, conversar, expor seu ponto com respeito, ouvir o lado dele, aliviar o peso da tensão.  Mas encarar conflitos não significa sempre sair vitorioso ou provar que está certo. Muitas vezes, será necessário descer do pedestal, engolir alguns sapos, ceder. Isso não é fraqueza — é inteligência emocional. Perder em um ponto pode significar ganhar em outro mais importante: a manutenção de uma relação saudável e a preservação do ambiente de trabalho.  Nem todas as batalhas merecem ser travadas. Há momentos em que recuar é mais estratégico do que insistir. A maturidade está em saber diferenciar o que é essencial daquilo que é apenas ruído. Lembre-se: numa empresa familiar, todos devem trabalhar por um objetivo maior e comum — a longevidade do negócio.  Considerar o lugar da outra pessoa na família também é fundamental. Não se trata de hierarquia autoritária, mas de respeito à história, à trajetória e ao papel que cada um ocupa no sistema familiar e na estrutura da organização. Ser um facilitador do diálogo, e não um dificultador do convívio, é uma postura que fortalece a empresa e contribui para o amadurecimento das relações.  Discordar faz parte. Ter opiniões diferentes também. E isso, longe de ser um problema, pode ser uma oportunidade valiosa para construir ideias melhores — desde que haja abertura, escuta e respeito mútuo. Em vez de transformar divergências em mágoas, que tal encará-las como pontos de partida para evoluir juntos?  No fim, empresas familiares que tem disposição para lidar com seus conflitos são aquelas que entendem que maturidade não é ausência de tensão, mas capacidade de enfrentá-la com diálogo, empatia e foco no bem comum. Afinal, se a família e a empresa são fortes, o futuro será de prosperidade. 

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A sucessão na empresa familiar

“O que coloca em risco a sobrevivência da empresa familiar bem sucedida é a sucessão mal conduzida.” (Cármen Cardoso, psicanalista, sócia-fundadora da TGI Consultoria) Todos  sabem que  a  sucessão é  um  momento  inevitável e muito importante em qualquer  empresa,  especialmente nas empresas  familiares. Mesmo assim, poucos temas parecem  causar tanto  incômodo e  resistência. Em  muitos  casos,  a  questão de  quem  vai assumir  o  controle da empresa após  a  saída  do fundador  é,  até, tratada de modo informal, em conversas e reuniões de família.  Mas,  sem  um  planejamento adequado nem decisões formalizadas, o  processo  sucessório  termina  sendo mal  conduzido,  pondo  em  risco  não apenas a competitividade, mas a própria sobrevivência da empresa. Os  números  revelam  a  dimensão A sucessão na empresa familiar do  problema.  A  estimativa  é  de que apenas  30%  das  empresas  bem  sucedidas  sob a gestão de  seu  fundador sobrevivem à mudança para a segunda geração. Um dos motivos que mais contribuem  para  esse  prognóstico pessimista  é,  exatamente,  a  sucessão mal conduzida. Apesar da relevância, o tema ainda é considerado tabu. Muitos fundadores resistem em abordá-lo objetivamente devido  a  fatores  como  sentimento de exclusão, medo de ser  alijado do poder,  angústia  de  “antecipar  a morte”  ao discutir quem será seu substituto e mesmo  a  dificuldade  de  escolher  seu sucessor  entre filhos,  genros, netos  e  outros familiares. A  questão, de  fato,  é  delicada.  Mas, para que a empresa  possa  se manter  competitiva,  é  preciso que  ela  seja  enfrentada  e  tratada adequadamente,  o mais  cedo  quanto possível. O ideal é planejar a sucessão, começando a preparar os herdeiros e o plano sucessório ainda com os gestores a serem sucedidos no comando. Quem não tem um plano estruturado  deve,  ao menos,  evitar  um  erro muito  frequente:  não  formalizar  as decisões  sobre  quem  será  o  sucessor, caso  algo inesperado  ocorra  com  o fundador. Bastante comuns, as declarações e acordos verbais, infelizmente, não são suficientes para resolver o problema quando ele se  instala. Todas as decisões  precisam  estar  formalmente estabelecidas, em documentos e contratos  que  tenham amparo  jurídico  e legal no caso de uma sucessão não planejada.  Sob  pena  de  o  fundador  deixar para a sua família não apenas uma empresa, mas um grande problema de herança.    

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Desenvolvimento de herdeiros

Pais ricos, filhos nobres e netos pobres. Ninguém quer essa realidade na família. Por isso, muitas empresas familiares têm se preocupado com a formação das gerações mais novas. E o mercado vem oferecendo programas de desenvolvimento de herdeiros. Antes de tudo, bons programas investigam se o próprio herdeiro tem interesse e se identifica-se com o projeto da empresa. Em seguida, traçam um perfil dele para depois definir as etapas do processo. Feito isso, investem em capacitação técnica, de gestão e no negócio da empresa, além de — claro! — acompanhar todas as etapas. Bons programas existem, mas é bom lembrar: herdeiros devem ocupar um espaço não por serem parentes dos sócios, mas por terem competência para isso.

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