Paternalismo pode ser ameaça para empresas familiares

Numa empresa familiar, a relação entre pais e filhos pode dizer muito sobre como são conduzidos os negócios. E dentro de uma série de fatores que podem alterar o destino da organização e prejudicar os processos de sucessão está o paternalismo. De modo geral, o conceito de paternalismo diz respeito às ações que limitam a autonomia e/ou a liberdade de certa pessoa ou grupo visando, teoricamente, o próprio bem destes. Este é um fenômeno que pode acontecer em qualquer empresa, porém, nas de formação familiar, os resultados tendem a ser mais graves, já que envolvem laços de sangue. Quando alguns profissionais, só porque fazem parte da família, são mais bem recompensados e colocados em situação de privilégio, isso acaba afetando a motivação e confiança dos demais empregados, além de interferir diretamente no desenvolvimento do familiar em questão. O problema, no fim das contas, não está só em defender o filho, neto ou sobrinho, mas também em não o enquadrar ou encorajar quando for necessário. Não dar espaço para erros e acertos, não permitir que o “protegido” cresça e nem associar recompensas e desempenho pode acabar por “atrofiá-lo”. O resultado será um profissional despreparado, que não é reconhecido por suas competências e que é incapaz de andar com as próprias pernas. E muito comum que as “vítimas do paternalismo” sejam pessoas que se acham melhores do que são e que não têm como hábito fazer a autocrítica. Para administrar o risco de práticas paternalistas, estabelecer na empresa familiar critérios de meritocracia pode ajudar, porém é preciso, também, tratar as causas. A recomendação é ter políticas claras e definidas sobre as qualificações necessária para cada cargo, além de pactuar os resultados que são esperados do profissional que faz parte da família, deixando que ele atue fazendo uso da autonomia da sua função, mesmo que não acerte sempre. No fim das contas, a melhor ajuda sempre será estimular que ele cresça e se desenvolva aprendendo e respondendo por seus erros e acertos. Georgina Santos TGI Consultoria

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