A força das empresas familiares
No Brasil, segundo dados do IBGE e do SEBRAE, as empresas familiares são responsáveis por gerar 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam 75% da força de trabalho brasileira, além de representarem 99% dos empreendimentos em funcionamento no país. São números expressivos que retratam a importância dessas organizações não só pelo viés econômico, mas também pelo ponto de vista social. E essa relevância não acontece só no Brasil. No mundo todo, as empresas familiares têm tido um desempenho superior às demais nos últimos anos, com retorno até três vezes maior do que a média. Soma-se a isso o fato de que as organizações de formação familiar se mostram mais resilientes em situações de crise. A aposta para o pós-covid é que as empresas familiares tenham participação expressiva na recuperação da economia, assim como foi após a grande crise financeira de 2008, quando não só se recuperaram mais rapidamente, como também recriaram oportunidades em um cenário difícil. Ao analisamos a fundo o porquê dessa força, chegamos a dois motivos principais: as empresas familiares são mais confiáveis do que outras instituições, pois estão ancoradas no sonho e no propósito do seu fundador. E há um apego maior ao legado, por isso, os líderes dessas organizações não costumam desistir com facilidade. No entanto, apesar da importância econômica e social, as estatísticas preocupam. Apenas 30% das empresas familiares conseguem chegar até a 2ª geração. E o mais alarmante: 91% dessas organizações desaparece antes da passagem do bastão para a 3ª geração, principalmente por causa de problemas internos da própria família. São dados contraditórios que demonstram como, apesar da força e da resiliência, as empresas familiares podem ser frágeis, o que justifica a necessidade dos estudos e de um olhar diferenciado para que esses negócios não desapareçam.
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