De modo geral, quando profissionais mais jovens entram em uma empresa, quer seja como estagiários, trainees, etc, não é incomum que certa insegurança ou desconforto sejam gerados nos demais empregados e até mesmo nos gestores estratégicos. É como se houvesse uma fantasia de que eles poderiam ser facilmente superados ou substituídos. Mas será que nas empresas de formação familiar isso também acontece?
A resposta é sim e acontece com frequência. Afinal, quando uma geração mais nova entra no negócio, geralmente traz com ela uma nova mentalidade e novas propostas, exigindo que a geração que está no comando comece a repensar seus comportamentos e atitudes, o que tem potencial para gerar bastante desconforto.
Além disso, a tendência é que os mais jovens cheguem com ideias para resolver os problemas que assolam a empresa, colocando os outros na posição de “não resolvedores”. Pode até parecer mesquinho e não fazer sentido para muita gente, mas quem trabalha com empresas desta formatação e conhece o dia a dia consegue fazer claramente essa leitura.
Para além do desconforto e da insegurança, quando situações assim acontecem, o maior risco, na verdade, é o travamento da inovação e do desenvolvimento do negócio, a partir do momento em que a geração sênior passa a ter dificuldade em abrir espaço e dividir o poder com os mais jovens.
O cenário muda quando aqueles que estão no comando começam a sentir a necessidade de diminuir o próprio ritmo de trabalho e/ou a querer realizar sonhos que até então não poderiam ser concretizados em função da dedicação aos negócios da família. Por isso, quando os jovens profissionais iniciarem o processo de entrada na empresa familiar, é importante que aqueles que serão sucedidos comecem a pensar e estruturar seus planos para o pós-sucessão. Quando esse projeto de futuro já está bem desenhado, o processo sucessório acontece com menos dificuldades e todos saem ganhando, principalmente o negócio.