Não temos dúvidas de que a comunicação é condição indispensável para a saúde de qualquer empresa, e no caso das organizações de formação familiar, o diálogo se mostra com um papel ainda mais relevante. No entanto, é interessante observar que, com frequência, existe nas empresas familiares uma preocupação grande em criar conselhos e estruturas, mas atitudes simples que facilitam o dia a dia, como a comunicação franca e transparente, muitas vezes são deixadas de lado.
A experiência mostra que não adianta investir na profissionalização quando não há disposição para colocar as questões na mesa e discutir. Será tempo e dinheiro em vão. Muitos conflitos e problemas “não ditos”, inclusive, tomam proporções maiores do que realmente são simplesmente pelo desconforto em falar sobre eles.
Para além disso, a comunicação clara e aberta é essencial para garantir que os integrantes da empresa familiar estejam na mesma página em termos de visão, missão, valores e objetivos do negócio, garantindo que todos trabalhem alinhados na mesma estratégia e possam, também, expressar suas preocupações, ouvir os outros, buscar soluções e ter uma sintonia em suas ações e posicionamentos.
Uma comunicação adequada vai contribuir, ainda, para o estabelecimento de uma cultura organizacional saudável dentro da empresa familiar. Quando a família empresária se comunica de forma respeitosa, transparente e inclusiva, isso pode criar um ambiente de trabalho positivo, onde os empregados se sentem valorizados e considerados. Isso pode levar a uma maior satisfação no trabalho, maior produtividade e retenção de talentos.
Em resumo, não existe governança nem profissionalização sem que haja comunicação. Seria como montar uma bela casa, mas não a limpar, deixando a sujeira acumular. Quando a “casa” está limpa, fica mais fácil gerenciar as expectativas, esclarecer papéis e responsabilidades, e garantir a continuidade bem-sucedida da empresa familiar.