O modelo de governança corporativa defendido pelos livros de administração indica que, no caminho para a profissionalização, as empresas familiares devem investir na formação de conselhos consultivos que façam a mediação entre os interesses da organização, dos sócios e da família. Mas como funcionam esses conselhos e qual a real importância deles?
O primeiro deles – Conselho de Administração – trata dos interesses do negócio e deve ter como objetivo manter o direcionamento estratégico da empresa como um todo. Já o Conselho de Família tem como missão mediar os interesses da família que tenham relação com o negócio. E o Conselho de Sócios trata do patrimônio e deve representar os interesses do grupo societário, ou seja, dos proprietários do capital social.
Esses conselhos são, certamente, ferramentas importantes no processo de profissionalização, mas o que percebemos, geralmente, é uma certa angústia nas empresas familiares, principalmente naquelas de pequeno ou médio porte, em fazer valer esse modelo de governança. O resultado disso é a criação de estâncias que apenas satisfazem aquilo que os livros recomendam, mas que apresentam pouca funcionalidade e quase nenhum resultado. Então, na prática, o que estão ganhando?
É claro que as empresas familiares precisam ter espaços para discussão das questões que envolvam o negócio, a gestão e a família. São pautas que precisam ser discutidas e tratadas, com rotina e encaminhamentos. Mas não necessariamente é preciso ter a formalização de diversos conselhos para que isso seja feito.
Uma alternativa mais simples é a criação de alguns fóruns exclusivos para tratar das questões ligadas à administração, à sociedade e à família. Espaços bem estabelecidos, com realização regular e periódica, com participantes definidos e com o objetivo claro de discutir, alinhar e encaminhar os temas levantados em cada edição. Assim, a família empresária poderá atender de forma mais efetiva as suas complexidades, respeitando as singularidades da empresa sem desviar o foco da profissionalização.