O processo de formação de sucessores, por si só, é um desafio para as empresas familiares. Afinal, profissionais despreparados no comando de um negócio podem colocar a perder tudo aquilo que já foi conquistado. No entanto, um dos maiores problemas que encontramos nos programas de preparação desses jovens, e que num primeiro momento parece algo simples e sem importância, é a pouca orientação sobre questões como planejamento e organização do dia a dia de trabalho.
Quando iniciam o processo de formação, no geral, os futuros sucessores estão saindo da faculdade e só conhecem, até então, um ritmo de vida onde têm mais horas livres do que demandas e obrigações. Porém, quando entram no mercado de trabalho, começam a se deparar com os primeiros desafios da gestão do tempo.
Não são raros os casos de jovens que iniciam suas trajetórias nas empresas familiares sem o hábito de anotar compromissos e registrar suas pendências na agenda. Não planejam as semanas de trabalho, não traçam estratégias e estão sempre na expectativa de que alguém assuma a função de lembrá-los do que precisam fazer.
Mas eles não são os únicos “culpados”. De fato, observamos um certo relaxamento por parte das famílias empresárias nesta questão. Em geral, nas empresas familiares, a paciência e tolerância ao erro tende a ser mais alta com os integrantes da família, muitas vezes sem grandes consequências, o que acaba não estimulando o desenvolvimento de características essenciais como disciplina e planejamento sistemático.
E esse comportamento pode até parecer inofensivo num primeiro momento, já que são profissionais em início de carreira, aprendendo o que significa gerenciar uma empresa. No entanto, se não for administrado, coloca em grande risco o desempenho desses futuros sucessores, restringindo as suas possibilidades de crescimento e podendo até, no futuro, afetar os negócios negativamente.
Georgina Santos
TGI Consultoria