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AS DIFICULDADES E DIFERENÇAS DA FAMÍLIA EMPRESÁRIA DEVEM SER PROTEGIDAS

Quando se fala em empresa familiar, existe, muitas vezes, a suposição de que, por serem da mesma família, todos que a compõe pensam da mesma forma, têm o mesmo perfil de trabalho e as mesmas ideias. Mas, na prática, não é bem assim que funciona. Cada integrante da família empresária tem uma visão de mundo diferente e um modo individual de agir. No entanto, é preciso que essas diferenças e as dificuldades que surgirem a partir delas sejam trabalhadas no dia a dia do negócio. A diversidade de pensamentos e estilos é algo positivo para qualquer empresa, inclusive para aquelas de formação familiar, pois traz complementariedade e facilita a inovação. No entanto, também traz algumas desvantagens, principalmente quando são tomadas decisões com as quais nem todos concordam, gerando conflitos e insatisfações. E por mais natural e esperado que seja o desconforto causado por ter que acatar uma decisão que vai de encontro ao que se acredita ou espera, é essencial que essas divergências sejam blindadas e tratadas apenas em espaços destinados ao tema. Isso porque espalhar para as equipes as opiniões divergentes, mesmo que em forma de desabafo, mostra fragilidades na unidade familiar, dando margem para fofocas e criando adversários dentro da própria organização. É preciso entender que as divergências sempre vão existir e que podem ficar até mais afloradas quando envolvem vínculos afetivos, mas que quando chegam ao ponto de criar oponentes ou extrapolam os limites privados da família empresária, não só se tornam guerras sem nenhum vencedor como também podem colocar em risco a saúde do negócio no médio e longo prazo.

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O COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS NA EMPRESA FAMILIAR

Lidar com cálculos e questões financeiras não é algo que todo mundo gosta ou tem habilidade. Muito por isso, não é incomum encontrarmos empresas familiares que entregam para uma única pessoa da família a responsabilidade por gerir os números e o caixa da organização. Mas será que esta seria uma prática correta e saudável para o negócio? A resposta é não. Isso porque os indicadores financeiros de qualquer empresa, seja ela de formação familiar ou não, têm impacto estratégico direto no seu desempenho, podendo barrar qualquer inovação e ajuste em seus processos. Então, quando esses dados não são compartilhados e discutidos em conjunto, pode acabar gerando conflitos que podem colocar o negócio em risco. Além disso, não é raro que aconteça uma distorção de poder, quando essas pessoas que detém os números nas mãos começam a se achar os “donos do dinheiro”, determinando o que pode e o que não pode ser feito, com base unicamente nas questões financeiras e sem considerar o contexto geral da organização nem as ameaças do mercado. Por isso, é muito importante que, principalmente em uma empresa familiar, exista uma sistemática para que os números sejam mais compartilhados com a família e as lideranças estratégicas, com prestação de contas e análise de indicadores, para que conheçam a real situação financeira do negócio. A operação desses dados pode até ficar sob responsabilidade de uma única pessoa, mas é essencial que haja esse compartilhamento, afinal, caso aconteça qualquer problema, as consequências recairão sobre toda a família empresária.

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A COMUNICAÇÃO COMO ALIADA NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS

Quando falamos das ameaças à longevidade das empresas familiares, além da questão da sucessão, a relação entre família e negócio figura entre os principais pontos de atenção. Mas o que percebemos, na prática, é que a maioria dos conflitos poderia ser minimizado ou administrado s mais facilmente se existisse um canal sistemático de comunicação. Isso porque, quando avaliamos a fundo os principais problemas que acontecem no dia a dia das empresas familiares, percebemos que eles são causados, em sua maioria, por mal-entendidos ou falta de alinhamento nas decisões, o que gera desconfortos e, como consequência, alimenta os conflitos. Então, quando se estabelece um fórum de comunicação, com espaço para compartilhamento das informações estratégicas da empresa e debate, muito desse ruído poderá ser evitado. Quando esse canal não existe, ou seja, quando não se estabelece uma fonte única e confiável para comunicar os acontecimentos e decisões com todos os integrantes da família e as lideranças estratégicas, essas informações podem sofrer interferências, o famoso “boca a boca”, tornando a tratativa muito mais complicada. E se engana quem pensa que o fórum de comunicação é necessário apenas para as grandes empresas. Organizações familiares de todos os portes precisam criar canais confiáveis para compartilhamento de informações, por mais simples que sejam. Pode até começar pelo básico, mas o mais importante é sistematizar e ter o comprometimento de todos os envolvidos. Além disso, é preciso perseverar e não desistir diante da primeira dificuldade. Afinal, os problemas não vão deixar de aparecer como em um passe de mágica. A ideia do fórum de comunicação é evitar que eles tomem proporções exageradas ou se tornem impossíveis de serem administrados.

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A PARTICIPAÇÃO DO FUNDADOR NO PROCESSO DE SUCESSÃO

Quando analisamos as estatísticas, chama a atenção a quantidade de empresas familiares que não conseguem sobreviver à chegada da terceira geração. E observando a fundo as causas do problema, um fator é recorrente: o desaparecimento do fundador antes da estruturação de um processo sucessório. Não é raro encontrarmos casos de fundadores que cuidam do negócio durante toda a vida e o entrega para a próxima geração da família em condições bem favoráveis. Porém, quando partem, os problemas aparecem. E, na grande maioria das vezes, o que une essas empresas que não suportam a saída dos fundadores é o fato deles não terem participado da sucessão de forma mais ativa. Essa exclusão se dá, principalmente, pela resistência em enfrentar o tema e as decisões difíceis que ele envolve. Mas é fato que o receio de encarar os conflitos que podem surgir quando a sucessão é “colocada na mesa” trará mais problemas do que benefícios. Por isso, é condição indispensável que o fundador encabece o processo ou, caso ele não consiga, que a segunda ou terceira geração tome a frente, mas sempre com a sua participação ativa. Quando há esse envolvimento, fica mais fácil mediar e contornar os problemas e conflitos. E, se surgirem impasses, existirá a voz do fundador para dar a palavra final e fazer valer seus desejos. Uma estratégia para facilitar a condução de processos sucessórios pode ser chamar um especialista de fora para ajudar. Alguém que seja de confiança e tenha conhecimento e experiência no trato com empresas familiares. O que não pode é deixar de tratar a sucessão por achar que é “tarde demais” ou esperar que o fundador desapareça para se preocupar com ela, colocando em risco todo o legado construído.

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O PAPEL DOS PAIS NO PROCESSO DE SUCESSÃO

A empresa familiar se constitui como um cenário propenso à vivência de dilemas, em especial no que se refere ao processo sucessório. E um desses dilemas tem ligação direta com um erro clássico que pode tornar mais difícil a sucessão: quando o herdeiro se comporta mais como sucessor do pai do que como sucessor do negócio. Este é um desvio ainda muito comum nas famílias empresárias, principalmente quando os herdeiros estão sendo preparados diretamente pelos próprios pais. A dificuldade é administrar a tendência de o sucessor se preocupar mais em atender as expectativas dos pais e colocar em segundo plano as da empresa e as dos demais familiares que também são sócios e proprietários. E, na ânsia por uma validação e pelo reconhecimento de sua competência, os herdeiros podem acabar atropelando processos e desconsiderando o que é essencial à longevidade do negócio. Assim, alinham decisões só com o pai ou a mãe e deixam de combinar com os pares, não tratam assuntos importantes com seus gerentes imediatos e ignoram que existe uma estrutura de gestão e governança que precisa ser respeitada. Além disso, é comum que os pais tenham a tendência de proteger os filhos, tomar partido, não deixar errar, e isso não vai ajudar em nada na formação de um sucessor. Os pais podem até serem conselheiros e fornecer apoio emocional, mas é preciso ter equilíbrio e, principalmente, respeito à hierarquia definida na governança. Afinal, é o futuro do negócio e do legado da família que está em jogo.

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O DESAFIO DE FORMAR HERDEIROS

Quando falamos em sucessão, um dos principais desafios encontrados pelas empresas familiares é a formação dos herdeiros para que possam dar continuidade ao legado construído pela família. Mas engana-se quem pensa que essa formação só deve ser iniciada quando o neto, filho, sobrinho etc. estiver com idade e maturidade suficientes para começar a trabalhar no negócio. A formação de um herdeiro tem início já em sua educação básica, mas deve ir muito além disso. É claro que escolher boas escolas e incentivar a formação superior e especializações é importante, mas alguns valores devem ser construídos desde a primeira infância. Um valor essencial de ser passado para jovens herdeiros é o cuidado com o dinheiro. Saber lidar com suas próprias finanças é condição indispensável para que, no futuro, eles possam cuidar do caixa da empresa com mais responsabilidade. Além disso, tão importante quanto saber lidar com o financeiro é ter conhecimento cultural e aprender a respeitar e se relacionar com as diferenças – pessoas diferentes, raças diferentes etc. Aprender a conviver com situações mais desconfortáveis e a mediar conflitos são noções importantes a serem passadas para os herdeiros de uma empresa familiar, que também devem ser ensinados a serem socialmente responsáveis, a terem cuidado com o meio ambiente e com as comunidades locais. A história da família e da empresa também deve ser ensinada desde cedo, assim como os valores que as regem. Da mesma forma, o papel do negócio e sua importância na sociedade devem ser repassados para todos, para que, desde cedo, fortaleçam os laços e entendam a responsabilidade que irão assumir no futuro. Herdeiros devem ser estimulados, ainda, a terem uma visão diferente de mundo e a valorizar o trabalho para muito além de uma fonte de renda. Eles devem entender que o lucro é importante sim, mas que sozinho não vai fazer diferença. O mundo atual cobra muito mais do que apenas cifras. Pode parecer complexo e desafiador, mas esses são valores que podem ser ensinados dentro de casa, no dia a dia. E, para além de formar cidadãos mais responsáveis, vão ajudar na formação de indivíduos com maior capacidade para inovar e levar o legado da família empresária ao futuro de forma mais sustentável.

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COMO APRENDER MAIS SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

O tema “empresa familiar” é exigente e, quanto mais estudamos sobre ele e observamos a realidade das famílias empresárias, mais nos damos conta da complexidade dessas organizações e dos problemas que elas enfrentam. E é justamente por essa amplitude e peculiaridades que muitas famílias empresárias estão constantemente em busca de conhecimento e capacitações para que possam gerir melhor seus negócios e lidar com os desafios que lhes são impostos. Mas qual seria a melhor forma de estudar sobre empresas familiares? É muito comum que as famílias empresárias procurem cursos, livros, artigos e cases sobre o tema visando conseguir uma orientação mais direta, uma resposta pronta para suas necessidades. E realmente existe muito conteúdo interessante para ser consumido por quem está em busca de soluções para seu negócio. Entretanto, a experiência mostra que muitas vezes a teoria contradiz a prática. Só essas publicações mais genéricas não vão dar a visibilidade completa necessária para quem está buscando aperfeiçoar processos ou saídas para problemas antigos ou recorrentes, principalmente quando falamos de empresas familiares. Só quem vive no dia a dia sabe das forças e dores dessas organizações e têm realmente lugar de fala para ensinar sobre o tema. Por isso, uma alternativa complementar muito recomendada pelos especialistas para reforçar a escolha de soluções adequadas é trocar informações com outras famílias empresárias e conhecer experiências que deram certo ou não na história das organizações. Hoje, é possível participar de eventos e encontros bem estruturados que promovem a discussão sobre empresas familiares, promovidos por empresas especializadas em governança em empresas familiares. Essas empresas têm o papel principal de fazer a curadoria dos temas e provocar o debate, mas os verdadeiros protagonistas da troca de conhecimentos que acontecem nessas ocasiões devem ser, de fato, aqueles que integram as empresas familiares. Por isso, é condição sine qua non para que se extraia o máximo de conhecimento desses encontros que a família empresária desapegue da resistência em expor informações, fazer perguntas e reflexões em voz alta. As empresas familiares precisam compreender que os ganhos da troca são maiores do que possíveis constrangimentos. Afinal, todas cometem erros em suas jornadas. Histórias de sucesso ou mesmo tentativas que não deram certo são ricas e cheias de referências que servem de inspiração e que podem ter papel essencial na construção de um futuro mais sustentável para o negócio e para as famílias.

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O EQUILÍBRIO ENTRE PRIVACIDADE E TRANSPARÊNCIA NA EMPRESA FAMILIAR

Não é incomum encontrarmos empresas familiares que, internamente, são cheias de segredos e temas confidenciais que não podem ser externados nem para sua equipe mais estratégica. Isso acontece principalmente porque, para muitas famílias empresárias, o hábito de reter informação é muito forte, principalmente quando já viveram casos de vazamento de dados ou têm receio de perder vantagens competitivas. De fato, é um medo válido, mas que pode trazer sérias consequências para o negócio. A experiência mostra que a tendência de resguardar informações internas é bem mais forte naquelas empresas familiares que ainda não foram profissionalizadas. O problema, nesses casos, é que o fato de não compartilhar dados, impressões e constatações com as equipes deixa os profissionais sem “munição” para executarem suas tarefas da melhor forma. Além disso, em uma empresa cheia de segredos, as pessoas ficam mais acuadas, não se sentem pertencentes nem confortáveis para questionar, o que acaba barrando a inovação e a criação de soluções novas para problemas antigos. E tudo isso vai impactar não só no andamento das tarefas, mas também na qualidade das entregas e no clima organizacional. É preciso ter em mente que é possível sim, e necessário, compartilhar algumas informações estratégicas da empresa, tais como papéis e responsabilidades na governança, principais pontos dos acordos de sócios, políticas de entrada e saída, história da família, algumas informações financeiras e planos para atuação no mercado, entre outras. Claro que alguns dados e fatos vão precisar ser preservados, por isso o ideal é analisar com frieza para decidir o que é, realmente, segrego e o que não é. Neste caminho, criar um plano de comunicação bem estruturado vai ajudar no equilíbrio entre privacidade e transparência.

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O ACORDO DE SÓCIOS E A MEDIAÇÃO DOS CONFLITOS NA EMPRESA FAMILIAR

Falamos anteriormente que uma das melhores formas de administrar os conflitos em uma empresa familiar, visando preservar a unidade da família empresária e a sustentabilidade do negócio, é estruturando um modelo de governança corporativa. No entanto, outra ferramenta muito importante para minimizar os atritos e essencial para organizações familiares de todos os portes é o acordo de sócios. Isso porque raramente o contrato social de uma empresa prevê de forma clara e direta como os impasses societários devem ser resolvidos. Então, em qualquer que seja o modelo de sociedade empresarial, é preciso estabelecer um combinado e um compilado de regras que vão nortear a atuação de todos os envolvidos, seguido pelo comprometimento e pela formalização deste acordo. Esse documento, tão importante quanto o contrato social em si, tem relevância não só moral, mas também tem valor de lei. Nele, podem constar desde questões mais internas da família até questões mais gerais da empresa e do negócio, tais como: regras para distribuição dos lucros, normas para entrada e saída de familiares na organização, diretrizes do plano de sucessão, regras para caso de falecimento, orientações para uso do patrimônio e retiradas financeiras, entre diversos outros temas. Essa construção pode até contar com o apoio de especialistas para dar uma visão mais técnica ao acordo, mas é essencial que a família discuta internamente quais pontos são mais sensíveis e quais são os principais “gatilhos” para os conflitos. Afinal, cada empresa tem uma realidade e cada família empresária é única. Além disso, é preciso atentar para o momento ideal para a estruturação do acordo de sócios, que é, basicamente, antes das crises acontecerem. Ter esse documento em mãos na hora certa pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso do negócio.

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A GOVERNANÇA E A ADMINISTRAÇÃO DOS CONFLITOS NA EMPRESA FAMILIAR

Uma das melhores formas de administrar e minimizar os conflitos em uma empresa familiar, visando preservar a unidade da família empresária e a sustentabilidade do negócio, é, de fato, a estruturação de um modelo de governança corporativa. Isso porque, muitas vezes, os atritos e jogos de poder acontecem por falta de alinhamento e entendimento entre os sócios em assuntos ligados à gestão, principalmente em organizações de pequeno e médio porte. Neste contexto, a instalação de práticas de governança permite que se criem processos mais profissionalizados para a administração da empresa familiar, mitigando os conflitos que surgem por divergências de interesses e visões distintas sobre as necessidades da organização. Esses atritos são mais comuns, inclusive, quando os sócios também são gestores, já que a tendência é que cada um queira priorizar as demandas da sua área. Por isso, ter bem estabelecidas e documentadas as diretrizes da empresa, os deveres de todos que fazem parte dela, as metas a serem alcançadas, bem como a separação de papéis e o alinhamento entre os diversos níveis da administração, é essencial para que os interesses do negócio como um todo sejam colocados em primeiro plano, em detrimento das vontades individuais para ter o problema da área sob a sua responsabilidade resolvido, mas o da empresa não. Postergar ou evitar a profissionalização e a instalação de boas práticas de governança, seja qual for o porte da organização, pode conduzir uma empresa familiar ao fracasso. Afinal, sua evolução só poderá acontecer se houver uma busca contínua de todos pela excelência e a compreensão do papel que cada um tem nessa engrenagem seja como sócio ou gestor de uma área.

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