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A inovação nas empresas familiares

Já falamos anteriormente que, no caminho para se manterem competitivas e sustentáveis por gerações, as empresas familiares precisam, obrigatoriamente, resolver a equação do processo sucessório. No entanto, diante de um mercado cada vez mais exigente e em constante mudança, a sucessão se torna apenas um dos ponto a serem trabalhados. É preciso atentar também para a necessidade de superar a barreira da inovação. Isso porque, na grande maioria das empresas de formação familiar, inovar ainda é um tabu. Não por acaso, muitas pessoas ainda associam negócios familiares com organizações antiquadas e sem capacidade de modernização. E essa visão se explica diante de alguns fatores. De maneira geral, nas empresas familiares existe a ideia de que “ninguém entende do nosso negócio como nós mesmos”. Isso leva a uma falta de disposição dos integrantes da família empresária em adotar boas ideias vindo de fora. Além disso, como todas as “fichas” estão apostadas em um único lugar, existe certo receio em assumir riscos, o que muitas vezes acaba estagnando os processos. Há ainda a resistência por parte das gerações mais antigas de se adaptarem às novas tecnologias, pois estão acostumadas com os hábitos de uma gestão mais simples. Mas nada disso pode ser um entrave para a inovação, sob o risco de perder participação e relevância no mercado. Então, é necessário introduzir pequenas mudanças de modo que essa cultura mais “conservadora” não seja avessa à modernização. É preciso lembrar que a inspiração vem de cima, ou seja, a inovação em empresas familiares somente é possível quando toda a liderança atua como incentivadora. Dar espaço para trocas de ideias, criar grupos de discussão e intensificar o contato entre líderes e liderados é fundamental, assim como sustentar os erros que podem acontecer quando se investe em novas ideias. Afinal, sem riscos, não há crescimento. Arriscado é não inovar.

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A presença feminina nas empresas familiares

Estamos em março, considerado o mês da mulher, e são muitas as pautas ligadas ao universo feminino que são discutidas principalmente durante este período. Uma delas é a questão do estereótipo de gênero quando se trata de mercado de trabalho. É fato que a presença das mulheres no mundo corporativo está cada dia mais forte e a tendência é só aumentar. No entanto, ainda são muitos os desafios a serem superados, inclusive dentro das empresas de formação familiar. No mercado como um todo, é visível que muitas mulheres estão conquistando espaços mais estratégicas e o destaque que lhes é devido. Porém, ainda há muita estrada a percorrer quando o assunto é a equidade de gênero. E nas empresas familiares, o cenário pode ser ainda mais complicado. Afinal, estamos falando de negócios onde a figura masculina, desde os tempos primórdios, sempre foi mais presente e atuante nas posições de liderança. Neste contexto patriarcal, as mulheres acabam tendo mais dificuldade de serem escolhidas para cargos de alto escalão. Além disso, há ainda o estereótipo de “filha do dono” com o qual muitas mulheres se deparam e que as invalida sem sequer considerar pontos como capacitação e competência. Soma-se a esta falta de espaço a falta de voz, ou seja, a dificuldade em expor suas ideias e tomar decisões sem serem questionadas ou desautorizadas. Por outro lado, a experencia mostra que são muitos os benefícios alcançados quanto existem mulheres em posições estratégicas não só nas empresas familiares, mas em qualquer negócio. Isso porque as profissionais do sexo feminino tendem a priorizar a sustentabilidade e o crescimento de longo prazo em detrimento de ganhos de curto prazo, enquanto homens costumam ser mais imediatistas. Observa-se também que as mulheres apoiam mais a inclusão, pois elas não se sentiram incluídas em algum momento de suas vidas e, de modo geral, são mais resilientes e têm mais sabedoria emocional do que os homens, para além da capacidade técnica, o que torna as decisões mais assertivas. Fato é que o mercado já percebeu o potencial da força de trabalho feminina, mas o caminho ainda é longo, principalmente quando falamos de negócios e famílias mais tradicionais. É preciso que as mulheres sigam firmes e insistentes na luta, ocupando cada vez mais espaços e mostrando que são essenciais para a roda econômica do país.

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As regras de ouro da sucessão

Pesquisa realizada pela TGI com mais de 100 empresas familiares pernambucanas apontou que, entre os maiores desafios encontramos diante de um processo de sucessão, despontavam na frente a escolha e a formação de sucessores, o exercício do “desapego” ao poder e a definição do momento correto da passagem do bastão. Mas esses são apenas alguns dos desafios e tabus que o tema ainda desperta, o que faz com que muitas empresas familiares não olhem com o devido cuidado para a questão. Já falamos bastante sobre a importância das empresas familiares trabalharem em um plano de sucessão e das consequências que a falta dele pode trazer para o negócio, até colocando em risco o futuro da organização e o patrimônio construído. Mas o que significa, na prática, ter um bom plano de sucessão? E como ele deve ser estruturado? Sem dúvidas, a condição sine qua non para o êxito de um plano de sucessão é que ele seja desenvolvido considerando a lógica do negócio e da família. Não pode existir o famoso “copia e cola”, afinal, cada empresa e cada família empresária é única. Então, um projeto genérico certamente estará fadado ao fracasso. Além disso, existem outras regras de ouro que vão ajudar na construção de um processo sucessório assertivo. Primeiramente, um bom plano é aquele que propicia o conhecimento do negócio e do mercado e que dê clareza aos papeis e às responsabilidades do sucessores com o negócio e com a família. Ele também deve promover o conhecimento e as boas práticas de gestão empresarial e estimular o desenvolvimento profissional contínuo. É preciso, ainda, ser um plano que estimule a criatividade, a inovação, o crescimento e a diversificação do negócio e que promova a interação dos sucessores com os demais familiares. Por fim, mas não menos importante, é essencial que o plano de sucessão reforce o interesse da família pelo empresa e o desejo de dar continuidade ao sonho do fundador e ao legado construído.

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Os mitos e tabus da profissionalização

Falamos anteriormente sobre o número de empresas familiares que deixam de existir por causa de problemas internos da própria família. O cenário alarmante evidencia a importância cada vez maior da profissionalização desses negócios para que consigam se manter competitivos e sustentáveis. No entanto, ainda existem muitos mitos e tabus quando o assunto é profissionalizar as empresas familiares. Muitas famílias empresárias olham com certo receio para o tema e, com isso, acabam colocando o legado construído em risco. Então, para desmistificar a questão, primeiro de tudo é preciso esclarecer alguns pontos. O primeiro deles é que, ao contrário do que muitos pensam, profissionalizar a gestão não é o mesmo que burocratizar o funcionamento da empresa, perdendo agilidade nas tomadas de decisões. Além disso, não significa, de forma alguma, deixar em segundo plano os sonhos e valores do fundador, colocando em risco a “alma do negócio” e os propósitos da família em função de melhores números. Muitos também acreditam erroneamente que, para que haja profissionalização, é preciso substituir os familiares por executivos de mercado, o que poderia retirar da família o poder de decisão e de interferência nos negócios. Essas são apenas algumas das ideias preconcebidas que surgiram, muito provavelmente, como consequência de processos de profissionalização realizados de forma inadequada, sem levar em consideração o perfil da família empresária. A realidade é que profissionalizar um negócio significa, principalmente, otimizar o desempenho de uma organização ao proteger todas as partes interessadas, envolvendo questões como transparência, equidade de tratamento e prestação de contas. De forma prática, profissionalizar exige organizar os processos de trabalho e criar controles, definir responsabilidades e limites de autonomia, planejar o futuro de modo compartilhado, ter sistemática de compartilhamento de informações e tomar decisões privilegiando o projeto coletivo. Ainda, em uma empresa familiar profissionalizada, as equipes são desenvolvidas, alinhadas e integradas, existem acordos claros para administrar os conflitos de interesses entre família x negócio, existe um plano de sucessão estabelecido e práticas de reconhecimento e remuneração baseadas nos princípios da meritocracia. Ou seja, profissionalizar nem de longe significa perder a “alma” do negócio ou ir em direção contrária aos valores da família, mas sim estruturar e estabelecer processos que ajudem a empresa familiar a chegar no futuro.

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Regras da família x regras do negócio

Pesquisas apontam que mais de 60% das empresas familiares deixam de existir por problemas internos da própria família. E, dentro desse contexto, pode-se perceber que os principais conflitos com potencial para causar esse desaparecimento acontecem por conta de regras da família que são insustentáveis para o negócio. É preciso entender que, dentro de uma relação familiar, existem comportamentos e acordos que são aceitáveis e até mesmo naturais. Mas nem sempre o que é feito dentro deste núcleo pode ser replicado no dia a dia da empresa. Por exemplo, é comum e totalmente compreensível que os pais queiram prover o sustento financeiro dos filhos de acordo com suas necessidades e vontades. Mas na realidade do negócio é preciso recompensar o profissional, seja ele da família ou não, de acordo com o valor de mercado e o seu desempenho. De modo geral, também é costume, dentro das famílias, tratar os filhos de maneira igualitária e recompensá-los por seus esforços, enquanto nas empresas familiares o melhor caminho é identificar aqueles que desempenham acima da média e valorizá-los adequadamente. Da mesma forma, enquanto dentro do núcleo da família os pais podem prover oportunidades de aprendizado para cada filho de acordo com a necessidade individual, no negócio é preciso prover o desenvolvimento profissional que satisfaça a necessidade organizacional. Além disso, qual pai não deseja criar oportunidades de carreiras para todos os filhos? Só que, em uma empresa familiar competitiva, apenas os mais qualificados e competentes devem ser contratados, sem distinção por laços sanguíneos. Por fim, é ensinado a todos, desde a mais tenra idade, que é preciso respeitar e obedecer os mais velhos. É claro que, na vida em sociedade, esse é um ensinamento dos mais importantes, mas dentro de uma organização é preciso ter um outro olhar. Ao entrar na empresa da família, a geração mais nova precisa ser encorajada para encarar os desafios, opinar, participar de debates abertos, inovar, e não apenas acatar aquilo que a geração sênior pensa ser a “verdade absoluta”. Dito isso, a lição que fica é que há um limite entre o que pode e o que não pode dentro da família e dentro da organização e tudo isso passa por uma questão principal: a essencialidade da profissionalização para levar o negócio para o futuro.

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A força das empresas familiares

No Brasil, segundo dados do IBGE e do SEBRAE, as empresas familiares são responsáveis por gerar 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam 75% da força de trabalho brasileira, além de representarem 99% dos empreendimentos em funcionamento no país. São números expressivos que retratam a importância dessas organizações não só pelo viés econômico, mas também pelo ponto de vista social. E essa relevância não acontece só no Brasil. No mundo todo, as empresas familiares têm tido um desempenho superior às demais nos últimos anos, com retorno até três vezes maior do que a média. Soma-se a isso o fato de que as organizações de formação familiar se mostram mais resilientes em situações de crise. A aposta para o pós-covid é que as empresas familiares tenham participação expressiva na recuperação da economia, assim como foi após a grande crise financeira de 2008, quando não só se recuperaram mais rapidamente, como também recriaram oportunidades em um cenário difícil. Ao analisamos a fundo o porquê dessa força, chegamos a dois motivos principais: as empresas familiares são mais confiáveis do que outras instituições, pois estão ancoradas no sonho e no propósito do seu fundador. E há um apego maior ao legado, por isso, os líderes dessas organizações não costumam desistir com facilidade. No entanto, apesar da importância econômica e social, as estatísticas preocupam. Apenas 30%  das empresas familiares conseguem chegar até a 2ª geração. E o mais alarmante: 91% dessas organizações desaparece antes da passagem do bastão para a 3ª geração, principalmente por causa de problemas internos da própria família. São dados contraditórios que demonstram como, apesar da força e da resiliência, as empresas familiares podem ser frágeis, o que justifica a necessidade dos estudos e de um olhar diferenciado para que esses negócios não desapareçam.

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Exigências do mercado vão além dos negócios e das questões familiares

No mundo dos negócios, as organizações de maneira geral têm sido bastante pressionadas não só para estabeleceram boas práticas de governança, mas também para desenvolverem iniciativas nas esferas ambiental e social. Mas será que as empresas familiares também têm sofrido essa pressão? Sim, e as empresas familiares de maior porte já sabem bem o que é isso. Elas precisam dar resultados, mas esses números precisam estar associados a práticas que demonstrem cuidados com o meio ambiente e com questões sociais, principalmente aquelas que impactam o seu entorno. É um caminho sem volta e que precisa ser seguido por todas as organizações, independente das suas formações. Sabemos que algumas empresas já estão trabalhando para reduzir ou compensar a emissão de carbono, por exemplo. Outras estão investindo em instalações físicas que otimizem o uso de alguns recursos naturais, como a água. Na linha do social, o trabalho junto às comunidades tem sido forte, com ações que vão desde cuidar da saúde até iniciativas que aumentem o potencial de empregabilidade das pessoas. Mas é claro que tudo isso tem um preço considerável. Os pequenos e médios negócios, se quiserem ser grandes ou atender empresas de porte expressivo, vão sim precisar ver o investimento no meio ambiente e no social como estratégico para crescerem no futuro. Não é uma obrigação legal, mas é uma exigência para se mantenham competitivos dentro de um mercado cada vez mais exigente. Na realidade, é preciso enxergar essa “pressão” mais como uma oportunidade do que como um problema. Afinal, sabemos que a estabilidade financeira das empresas familiares e sua importância econômica acaba gerando uma certa acomodação que pode colocar em risco o negócio. Nesse sentido, essa nova exigência se torna um estímulo a mais para que as organizações de formação familiar façam hoje o que é necessário para serem sustentáveis no longo prazo e darem continuidade ao seu legado.

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Assunto da empresa se trata em mesa de negócio

Não é incomum escutarmos a queixa, principalmente vinda daqueles integrantes da família que não estão no dia a dia da empresa, de que os eventos sociais familiares sempre acabam se transformando em reuniões para tratar sobre o negócio. E, de fato, não é muito agradável quando, em pleno almoço de domingo, por exemplo, as discussões estão focadas em assuntos que deveriam ser tratados em outro momento e local. Episódios como esse são mais frequentes quando não há na empresa familiar uma sistemática de encontros para decidir as questões do negócio. Sendo assim, as pautas são discutidas em momentos improvisados e inesperados. Mas, para além do desconforto causado em quem só queria celebrar ou socializar com a família, essa prática pode trazer prejuízos para a organização. Isso porque, quando não há uma estrutura adequada para discussões sobre questões estratégicas, pode acontecer de alguma decisão não ser assertiva unicamente por falta de informações. Quando há a elaboração em um espaço adequado, a reunião pode ser mais rica e as consequências do que está para ser decidido podem ser mais trabalhadas. Dessa forma, corre-se menos risco de resolver um problema criando um outro. E há ainda um segundo aspecto importante de ser citado, que é a interferência dos “pitaqueiros”, amigos e/ou familiares que se sentem muito confortáveis de opinar em assuntos que não dominam e que podem influenciar a tomada de decisão, aumentando os problemas, a depender da relação que têm com os envolvidos na questão. Mas então, o que fazer na prática para evitar que assuntos da empresa se misturem com os eventos sociais da família? Não é tão difícil. A criação de um cronograma de reuniões regulares, com fins e propósitos bem definidos, é o caminho mais assertivo. Mas essas reuniões precisam ser coordenadas com profissionalismo, com registro e acompanhamento de tudo o que for discutido e decidido. Pode parecer trabalhoso em um primeiro momento, mas é condição fundamental para a profissionalização da empresa familiar.

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A entrada da geração mais jovem e o desconforto de quem está no comando

De modo geral, quando profissionais mais jovens entram em uma empresa, quer seja como estagiários, trainees, etc, não é incomum que certa insegurança ou desconforto sejam gerados nos demais empregados e até mesmo nos gestores estratégicos. É como se houvesse uma fantasia de que eles poderiam ser facilmente superados ou substituídos. Mas será que nas empresas de formação familiar isso também acontece? A resposta é sim e acontece com frequência. Afinal, quando uma geração mais nova entra no negócio, geralmente traz com ela uma nova mentalidade e novas propostas, exigindo que a geração que está no comando comece a repensar seus comportamentos e atitudes, o que tem potencial para gerar bastante desconforto. Além disso, a tendência é que os mais jovens cheguem com ideias para resolver os problemas que assolam a empresa, colocando os outros na posição de “não resolvedores”. Pode até parecer mesquinho e não fazer sentido para muita gente, mas quem trabalha com empresas desta formatação e conhece o dia a dia consegue fazer claramente essa leitura. Para além do desconforto e da insegurança, quando situações assim acontecem, o maior risco, na verdade, é o travamento da inovação e do desenvolvimento do negócio, a partir do momento em que a geração sênior passa a ter dificuldade em abrir espaço e dividir o poder com os mais jovens. O cenário muda quando aqueles que estão no comando começam a sentir a necessidade de diminuir o próprio ritmo de trabalho e/ou a querer realizar sonhos que até então não poderiam ser concretizados em função da dedicação aos negócios da família. Por isso, quando os jovens profissionais iniciarem o processo de entrada na empresa familiar, é importante que aqueles que serão sucedidos comecem a pensar e estruturar seus planos para o pós-sucessão. Quando esse projeto de futuro já está bem desenhado, o processo sucessório acontece com menos dificuldades e todos saem ganhando, principalmente o negócio.

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Emplacar mudanças na empresa familiar exige persistência e insistência

Todas as mudanças geram desconforto e incertezas. Por isso, muitas vezes são acompanhadas de movimentos de resistência dentro e nas empresas familiares não poderia ser diferente. Mas então, como administrar a frustração quando há dificuldade de emplacá-las? No mundo empresarial, os profissionais mais sênior e experientes, quase sempre, preferem optar por dar continuidade àquilo que funciona e ao qual está acostumada. Já a geração mais jovem e que está entrando no negócio quer ter oportunidade de mostrar seus conhecimentos e experimentar suas ideias. Esse embate de mentalidades torna o processo de mudança ainda mais complicado nas empresas familiares. Nunca é fácil desafiar opiniões de familiares mais experientes e conhecedores do assunto. O resultado desse confronto pode ser uma frustação por parte dos mais novos, que sabem que para atingir mais ou melhores resultados, muitas vezes é preciso fazer diferente do que já está sendo feito. Além da dificuldade de lidar com frustrações, percebemos que falta paciência e perseverança entre os mais jovens para bancar o tempo necessário para que as mudanças aconteçam, principalmente por falta de maturidade profissional. E assim boas propostas acabam ficando mesmo no papel. O ensinamento que fica para os mais jovens é que não adianta apenas ficar chateado e reclamar que as coisas não acontecem e que não há espaço para fazer diferente. Quando se tem uma ideia na qual acredita, é preciso administrar a ansiedade, insistir e persistir nela. Talvez a mudança seja muito arrojada e implique em uma prática muito diferente daquela com a qual a geração sênior está acostumada, por isso é preciso ter paciência. Apresentar suas propostas de forma concisa, mostrar os ganhos, repensá-las quando for necessário e articular apoios pelos bastidores é essencial neste processo. Assim como aceitar as pequenas vitórias. Afinal, nem sempre um projeto inteiro é aceito e vai pra frente. Mas conforme a geração sênior for percebendo e se convencendo de que a geração jovem busca resultado, mas também deseja preservar os valores e elementos centrais da empresa familiar, a tendência é que se sinta respeitada e mais aberta a discutir as necessidades de mudanças.

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