No âmbito das empresas familiares, pesquisas apontam que, apesar de entenderem a importância de criar estratégias para administrar as interfaces entre a família e o negócio, ainda são poucas as organizações que possuem um Conselho de Família estruturado. Mas então, o que os impede?
Entre as principais razões apontadas para a não implantação do Conselho de Família, destacam-se a falta de interesse das lideranças no tema, o pouco conhecimento sobre como estruturá-lo e, ainda, a falta de engajamento dos familiares nos negócios. E, mesmo quando conseguem implantar a iniciativa, muitas empresas dizem encontrar dificuldades para consolidar o Conselho de Família, como o medo de criar ou aumentar os conflitos entre os familiares, os recursos financeiros limitados e a falta de preparo dos integrantes da família para terem informações estratégicas sobre a organização.
Esse cenário acende um alerta, pois a experiência mostra que, quando a interface empresa-família não é cuidada, pode representar uma grande ameaça para a longevidade dos negócios. É importante lembrar que não tratar os conflitos não vai fazer com que eles deixem de aparecer ou diminuam com o tempo. Pelo contrário. Os conflitos, quando não são tratados, agem como uma “doença silenciosa”.
Não apresentam sintomas e, quando aparecem, já estão fora de controle. Por outro lado, quando os conflitos são tratados com técnicas adequadas, a empresa vai amadurecendo, os embates diários são superados com mais facilidade, com regras mais estabelecidas e acordos firmados, o que contribui para a saúde da empresa e da família.
Neste sentido, ter um Conselho de Família significa estabelecer um espaço para trabalhar as questões familiares que podem repercutir nos negócios e vice-versa, em um ambiente neutro e estratégico, onde o principal objetivo é zelar pelo patrimônio e pela história da empresa familiar, bem como preparar as futuras gerações para dar continuidade ao crescimento do legado da família.