Nos primeiros meses do ano, o ambiente empresarial adquire uma atmosfera de reflexão e avaliação, e nas empresas familiares esse período não poderia ser diferente. Nesse momento, é imperativo reservar um espaço para sentar, revisar o ano que se encerrou, identificar conquistas e perdas, e, acima de tudo, estabelecer o planejamento estratégico para o ano que está começando.
O planejamento não deve ser uma tarefa exclusiva dos integrantes da família que estão na gestão da empresa. Pelo contrário, é essencial que seja compartilhado com as lideranças estratégicas, envolvendo aqueles cujo comprometimento e experiência são fundamentais para a condução dos negócios. Essa abordagem inclusiva contribui para a construção de um plano mais robusto e alinhado com as exigências de competitividade.
Contudo, a dinâmica peculiar das empresas familiares muitas vezes introduz desafios únicos durante o planejamento. Questões emocionais, vínculos familiares e o receio de desencadear conflitos podem se sobrepor aos aspectos puramente estratégicos. É nesse ponto que a figura do mediador se revela crucial, atuando como um facilitador imparcial para garantir que o processo seja conduzido de maneira coesa e em conformidade com as reais necessidades do negócio.
A mediação adequada permite que as ideias, por mais diversas que sejam, venham à tona e sejam discutidas de maneira construtiva. A diversidade de perspectivas e heterogeneidade do grupo estratégico podem ser um trunfo valioso. É necessário compreender que as diferenças podem ser a fonte de inovação e soluções criativas.
A verdadeira arte reside em saber aproveitar o lado positivo das divergências. Quanto mais variadas forem as visões e experiências presentes na mesa de planejamento, mais rica será a construção da solução. Ao invés de enxergar as diferenças como obstáculos, as empresas familiares devem encará-las como um catalisador para o crescimento e aprimoramento contínuo.