A definição da remuneração dos familiares que trabalham na empresa é uma das tarefas mais complexas. Normalmente, os pais e os tios querem evitar conflitos e, dentro de seus “padrões de justiça”, acham que a melhor saída é pagar o mesmo valor para todos os filhos e sobrinhos da mesma faixa etária que atuam no negócio, o que pode ser uma armadilha.
De modo geral, os futuros sucessores exercem funções diferentes na empresa familiar, não tendo nem o mesmo nível de responsabilidade e nem de desempenho em seus cargos. É correto, então, que tenham a mesma remuneração?
Não só não é o correto quanto pode ser um enorme gatilho para o aumento dos conflitos. Além disso, esta prática acaba por desestimular quem é mais competente e apresenta um melhor desempenho, acomodando ainda mais aqueles que já entregam poucos resultados.
Por isso, é preciso que todos os envolvidos – veteranos e herdeiros – saibam que ser da família não é pré-requisito para ganhar salários iguais, padronizados. Devem ser priorizados, sempre, aspectos como competência, experiência, empenho na formação inicial e continuada, dedicação ao trabalho, entre outros.
Em resumo, a meritocracia pode e deve existir nas empresas familiares. Claro que as oportunidades devem ser iguais para todos, mas o retorno financeiro disso sempre deve estar atrelado ao resultado entregue.